09/05/2025
10:50:48 AM
Vladimir Putin em Pequim. Crédito: Reuters, Maxim Shemetov
Declaração foi feita após aliados de Zelensky se comprometerem em fornecer garantias de segurança a Kiev
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (5) que quaisquer tropas ocidentais enviadas à Ucrânia seriam alvos legítimos para Moscou atacar, em um alerta aos aliados de Kiev enquanto discutem medidas para sua proteção futura.
Putin falou um dia após o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmar que 26 países se comprometeram a fornecer garantias de segurança pós-guerra à Ucrânia, incluindo uma força internacional em terra, mar e ar.
A Rússia argumenta há muito tempo que um dos motivos para entrar em guerra na Ucrânia era impedir que a Otan admitisse Kiev como membro e colocasse suas forças no território ucraniano.
“Portanto, se algumas tropas aparecerem lá, especialmente agora, durante operações militares, partimos do princípio de que serão alvos legítimos de destruição”, disse Putin em um fórum econômico em Vladivostok.
“E se forem tomadas decisões que levem à paz, a uma paz duradoura, então simplesmente não vejo sentido na presença delas no território da Ucrânia, ponto final.”
Busca pelo fim da guerra
Os comentários de Putin destacaram o abismo entre a posição de Moscou e a de Kiev e seus aliados ocidentais sobre a forma das futuras garantias de segurança para a Ucrânia sob qualquer acordo para encerrar a guerra de três anos e meio.
A Ucrânia busca forte apoio do Ocidente para se proteger contra qualquer ataque futuro. França e Reino Unido, que copresidiram uma “coalizão dos dispostos” em apoio à Ucrânia, sinalizaram que estão abertos a enviar tropas para a Ucrânia após o fim da guerra.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Washington não enviará tropas para o solo, mas poderá fornecer outro tipo de apoio, como força aérea.
Putin afirmou que garantias de segurança devem ser estabelecidas tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia.
“Repito mais uma vez, é claro que a Rússia implementará esses acordos. Mas, de qualquer forma, ninguém discutiu isso conosco seriamente ainda”, disse ele.
Trump, que assumiu o cargo em janeiro com a promessa de encerrar a guerra rapidamente, recebeu Putin para uma cúpula no Alasca no mês passado, que não obteve nenhum avanço.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, há muito tempo pressiona por um encontro direto com Putin para avançar rumo ao fim da guerra mais mortal da Europa em 80 anos.
Putin disse nesta sexta-feira (5) que não via muito sentido em tal reunião porque “será praticamente impossível chegar a um acordo com o lado ucraniano sobre questões-chave”.
No entanto, ele reiterou a oferta que fez no início desta semana de receber Zelensky para conversas em Moscou.“Eu disse: estou pronto, por favor, venha, com certeza forneceremos condições de trabalho e segurança, uma garantia de 100%.”
“Mas se nos disserem: 'Queremos nos encontrar com vocês, mas vocês precisam ir a outro lugar para essa reunião', parece-me que esses são simplesmente pedidos excessivos para nós.”
Zelensky, sem abordar diretamente a possibilidade de Moscou como sede, disse nesta sexta-feira: “Estamos prontos para qualquer tipo de reunião. Mas não achamos que Putin esteja pronto para encerrar esta guerra. Ele pode falar, mas são apenas palavras, e ninguém confia em suas palavras.”
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